segunda-feira, 31 de março de 2014

Indiana Jones 5: Em busca da Propriedade Perdida!

Criada que está a Sociedade Agrícola Queirós (SAQ para os amigos), chegou a altura de procurar o epicentro deste projecto, o coração de toda esta epopeia, a menina dos meus olhos: a terra onde inicialmente me vou estabelecer! Um bocado de Portugal só para mim e onde poderei exercer essa nobre actividade conhecida como agricultura.

Hoje estamos a 31 de Março e desde que comecei a visitar propriedades, já lá vai um mês e meio. Ao todo visitei mais de dez, e já estão agendadas mais quatro.

O foco tem sido o Alentejo. Embora já tenha ido ao Ribatejo e a minha família tenha origem nas Beiras, é ali que me sinto bem e é também onde existe a necessária dinâmica agrícola para exercer as actividades que até agora mais me entusiasmaram: pecuária (vacas e porcos) e cereais (para grão ou forragens). No Alentejo é também onde os preços por hectare mais se adequam às minhas possibilidades... a região do Ribatejo tem melhores solos e mais água mas é tudo muito mais caro!!

Para além de todos estes factores há outros dois que também pesam: a distância a Lisboa (não me quero tornar um eremita solitário de barbas grandes que renegou a sociedade citadina) e o chamamento do montado Alentejano... em todas as minhas viagens pelo mundo raramente encontrei um local tão bonito e que me traga tanta paz interior... há alguma coisa mais bonita que um velho sobreiro ao pôr-do-sol?

Em termos de contactos, estes têm sido feitos através de amigos, gente da agricultura, anúncios de jornal, imobiliárias, etc tenho conhecido gente bastante diversa e interessante.

De mencionar que depois de tantas visitas, até já ganhei interesse em novas áreas, nomeadamente a vinha e o olival! Duas culturas bastante "nativas" de Portugal e que aqui são plantadas desde o tempo dos Romanos. Há dois anos não tinha o mínimo interesse nestas áreas, mas se há coisa que aprendi é que não devemos renegar aquilo a que a terra é propícia! Para quê andar à tareia com os solos e com as condições climatéricas? Para quê tentar fazer crescer ananases no Alentejo?

Através do Pai da minha amiga Joana Torres também tive alguns insights sobre abóboras, pimentos e courgettes. Também fui a um congresso sobre Milho em Beja e aprendi mais sobre esta cultura. Nesse evento o regadio do Alqueva foi colocado em destaque. O maior lago artificial da Europa. O El Dorado da agricultura. Já lá fui fazer uma visita e gostei. Há terra para arrendar e comprar, mas a água é bastante cara e as produções demasiado intensivas para o meu gosto. A ver vamos...

Em termos de check list em cada propriedade é preciso olhar para diversos factores. Tamanho, preço por hectare, solos, vedações, água (CRUCIAL), electricidade, distância à estrada, monte para habitação, edifícios agrícolas, se vem com alguns equipamentos, se já tem alguns apoios, arrobas de cortiça, número de azinheiras ou pinheiros, culturas anteriores, estruturas de rega (bomba e pivots), etc, ou seja um grande número de variáveis!

Trata-se de um investimento considerável e que por isso requer um grande envolvimento. Há que estar o melhor informado possível para tomar a melhor decisão possível.

No fim do dia, e segundo a minha maneira de olhar para as coisas vai tudo estar dependente de duas coisas: o facto de ser viável (ninguém quer fazer um mau investimento) e o sentir-me bem no local em questão... terá de haver com certeza alguns sobreiros no pôr-do-sol...

Think about it!