quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A Colômbia e o final da aventura da America do Sul!

A Colômbia assinalou o destino final da nossa viagem. Percorremos o norte do país: Cartagena, Playa Blanca, Santa Marta, Taganga, Minca e a capital Bogotá.

Foi um dos melhores países que visitamos mas ao mesmo tempo um dos mais estranhos.

O primeiro choque foi a onda de calor em Cartagena, cerca de 35 graus. Esta cidade, que foi a primeira na America do Sul a ser colonizada pelos Espanhóis representa bem aquilo que é a Colômbia hoje em dia: turismo, crescimento, ebulição, pessoas, juventude e salsa... Muita salsa!

No meu imaginário este era o país de Pablo Escobar e dos cartéis de cocaína. E também de Valderrama claro, o jogador de futebol com o melhor penteado de sempre (para quem não conhece o seu cabelo parecia uma palmeira).

A imagem das drogas, milícias, raptos e assassinatos que muita gente tem da Colômbia é um erro e faz parte do passado. Na zona da selva ainda há locais controladas pelas FARC, mas neste momento a grande maioria do pais está virada para o exterior e para o século XXI.

Há tantas oportunidades e tanto por fazer que apetece ficar ali e tentar a sorte. Nunca tinha visto um El Dorado assim, um sítio com tanto potencial... Mas pronto, também já sei que provavelmente será uma bolha, e que daqui a uns anos, depois de alguns crescimentos a dois dígitos, o pais entrará no comum ciclo do crescimento infinitesimal e novas crises sociais e políticas surgirão! Tomara que esteja errado!!

Mas há muito por fazer no país: o poder de compra está a aumentar, há uma nova classe média nas grandes urbes e muita juventude! O novo Brasil ou Angola para quem quiser investir!

Percorremos o norte da Colômbia, na chamada zona do Caribe! Ficamos em praias paradisíacas, dormimos em redes, bebemos sumos de fruta, comemos peixe e marisco, vimos aranhas do tamanho de bolas de ténis e caminhamos na selva ao estilo do filme "Em busca da Esmeralda Perdida"! Foi bom terminar a viagem assim, com algum descanso e calor. A pior parte foram os mosquitos. Fomos atacados sem dó nem piedade. As nossas pernas e braços pareciam bifes do lombo numa aldeia da Etiópia.

No fim ainda fizemos Bogotá, a capital da Colômbia com 12 milhões de habitantes. Há 15 anos esta era a cidade mais perigosa do mundo, com o maior número de assassinatos. Hoje é uma cidade cosmopolita e moderna, com milhares de pessoas a passear na rua e a rebentar de energia. Ficamos na zona cultural da cidade, a plaza Chorron e vimos muitos espectáculos de rua. Um deles, o contador de histórias, ficará nas nossas memórias para sempre. Também visitamos o museu Botero, o museu do ouro e fizemos as últimas compras de Natal em feiras de artesanato gigantescas!

No dia 22 de dezembro partimos para o aeroporto. Por certo cada um de nós falou com os seus botões e se perguntou se queria mesmo voltar já. A resposta foi sim. Há timings para tudo e esta experiência já ninguém nos tira. Para além disso eu estava com uma dor de dentes horrível e apesar de estar em Bogotá, só pensava no meu querido dentista ali na rotunda da Estefânia!

Para trás ficaram quase 4 meses de experiências incríveis. Espero que se tenham divertido tanto como eu nos relatos do Blog dos Bosques e nas fotos que fomos colocando no Facebook e Instagram.

É uma viagem que toda a gente devia fazer e aquele que volta não fica indiferente. A America do Sul é um local com uma energia muito especial e onde ainda acontecem daquelas coisas que ouvimos nas histórias ou vemos nos filmes. 

Agora em Portugal, olho para trás e nem acredito nas coisas que vi e locais onde estive. A experiência na quinta da Malfatta, o Iguazu, Ushuaia, os Andes, os animais que vimos, o glaciar do Perito Moreno, Machu Picchu, as pessoas que conhecemos... Muitas delas nativas dos próprios países e a viver com muito menos do que qualquer um de nós alguma vez imaginou...

E agora? O futuro?

A pergunta mais importante para mim é: como se regressa de uma viagem destas depois de tudo o que se fez e viu? Como se aproveita a experiência para ser melhor? Estamos mais vazios ou mais cheios? Mais completos?

Se calhar, há 15 anos atrás, iria ficar cheio de nostalgia e saudades depois das experiências que tivemos.

Hoje com 30 e poucos anos, sei que não há tempo para isso. Devemos sim, aproveitar esta oportunidade da melhor maneira possível e potência-la para o futuro, juntado aquilo que vivemos com aquilo que já éramos anteriormente!

Tivemos tempo para reflectir no passado, presente e futuro. Tempo para aprofundar pensamentos e tomar decisões. Ganhar novas referências. Melhorar enquanto pessoa. Decidir o caminho.

A principal conclusão é que o futuro é uma folha branca por escrever e só depende de nós o que fazemos com ele! Vamos a isso!

Think about it!




Um comentário:

  1. Olá Pedro!
    Agradeço-te tudo quanto 'vi' pelos vossos olhos, através dos teus relatos.
    Parabéns, meus sortudos dum cabrão!
    Abraço
    JC

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