sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Por terras de Diego Armando Maradona!

Li recentemente, que desde que a "nova" crise começou já sairam de Portugal cerca de 200.000 pessoas em busca de uma nova vida. Chamo-lhe nova crise, porque dá-me a impressão que sempre vivemos em crise, esta é só mais uma com características diferentes... uma crise financeira chamam-lhe as pessoas e os jornais!

Mas crises aparte, nosso povo sempre teve este gene do emigrante no sangue! Estamos em todo o mundo... orgulhamo-nos de que a segunda cidade com mais Portugueses no mundo é Paris! Até temos um estilo musical para relembrar com saudade aqueles que partiram para outros cantos do mundo.

Na minha familia, há bastantes histórias de emigrantes, especialmente do lado do meu Pai, onde os habitantes de São Pedro do Rio Seco, concelho de Almeida, emigravam para outras paragens em busca de iniciar uma vida nova. Outros partiam para regressar no futuro com algumas posses e enviando remessas enquanto esse dia não chegava.

As emigrações desses dias não são como as de hoje. Não havia Facebook para partilhar as aventuras nem Skype para falar com familiares. Não havia pessoas à espera no local de origem. As viagens faziam-se de barco e as condições de dormir ou comer eram 1.000 vezes pior que viajar na Ryanair. Mas o "Tuga" é forte e adapta-se aos sítios... sempre foi assim e sempre será!

Eu sou emigrante neste momento e sempre senti este gene no sangue em todas as viagens que fiz. Gosto de fazer check-ins. Gosto de viajar e "desorganizar" a minha vida, voltando depois com a sensação que há toda uma nova vida para construir. Isto acontece-me quando passo um fim-de-semana em Troia ou quando vou um mês para a Austrália!

Em 1948 o meu Avô Paterno, José Queirós, Avô Queirós para os familiares, emigrou para Angola em busca de uma vida melhor para os seus 4 filhos que viviam em São Pedro do Rio Seco. A sua mulher Aida Queirós com quem tinha casado em 1938, era filha de Laura e Sebastião que se haviam conhecido também em Angola.

Esta Laura, que portanto era minha Bisavó, era filha de João Moutinho e Maria Reto. Aparentemente João Moutinho (não o jogador do Porto claro), era guarda fiscal e tinha sido desterrado para Angola por crime de homicidio em serviço. Laura teve mais dois irmãos, Porfirio e Laureano e é deste último senhor que venho aqui contar a história.

Por volta de 1905, Laureano embarcou em Cádiz, rumo à Argentina. Nunca mais ninguém soube dele ou ouvir falar dele. Na aldeia do meu Pai, perguntava-se o que será feito dele? Diz-se que uma vez, alguém que regressou, tinha ouvido falar de um Dom Laureano, senhor de terras nas Pampas, que andava de charrete e tinhas barbas longas.

A verdadeira história dele descobriu-a o meu pai passados muitos anos, na década de 90, pela internet através de um neto de Laureano que dá pelo nome de Juan Carlos. Aparentemente Laureano, casou em Puan, na provincia de Buenos Aires, com Maria Schneider, uma descendente de alemães nascida em Bahia Blanca, provincia das Pampas. Tiveram nada mais, nada menos que 24 filhos (??) e por este feito foram até agraciados pelo Intendente de Alpachiri, terra onde ficaram a viver, pela contribuição para o aumento populacional. Em baixo a foto de Laureano, o seu bigode é fantástico!!



Este verão, em Junho ou talvez Setembro, estou a planear ir trabalhar para uma quinta na Argentina, através do contacto do meu amigo Felipe aqui do RAC. O objectivo é ver como se trabalha a agricultura e pecuária num dos países com as melhores práticas do mundo! Através do primo Juan Carlos, fiquei a saber que o último descendente de Laureano ainda vivo reside numa terra chamada Coronel Suarez a 300 kms da quinta do Felipe. Talvez o vá visitar e unir Portugal a este lado da familia, 108 anos após a partida de Laureano em 1905.

Emigrar... sim, manter as origens... SEMPRE! Think about it...


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário