domingo, 20 de outubro de 2013

Iguazu, Salta, Purmamarca, Cafayate e Cordoba!

5000 kilómetros em 10 dias. São estes os grandes números da nossa viagem pelo norte da Argentina.

Passámos em Iguazu, Salta, Purmamarca, Cafayate e Cordoba. Amanhã voltamos a Buenos Aires directos para o Aeroporto de onde voamos rumo à Patagónia, mais concretamente Ushuaia, a cidade mais a Sul do planeta.

A Argentina é gigante. Não há outra palavra ou adjectivo para descrever a magnitude deste país. E a diversidade é tão grande que parece que estamos a viajar em países diferentes.

A caminho do Iguazu, cerca de 1400 kms a norte de Buenos Aires, viajávamos no nosso carro alugado através de uma paisagem típica da pampa Argentina. Planícies verdejantes, com vacas e cavalos a pastar. De um momento para o outro a terra foi ficando vermelha tom de tijolo e as primeiras palmeiras surgiram no horizonte. O ar tornou se mais húmido e pássaros coloridos apareceram no ar. Tudo isto num espaço de muitos poucos kilómetros!!

Parece banal falar de mudanças de paisagem mas foi mesmo impressionante a quantidade de lugares que vimos nestes dias. Em termos de comparação, uma pesquisa rápida no Google diz-me que a distancia entre Lisboa e Moscovo são 4500 kms. Ora, nós fizemos 5000 kms por isso dá para perceber o quão diferentes foram os lugares que estivemos.

Em Iguazu parecia que estávamos numa selva tropical. E quando se chega às cataratas o espectáculo é sublime. Trombas de água de milhares de metros cúbicos por segundo caindo pelas montanhas abaixo e fazendo um barulho estrondoso. Com o estrondo da queda, muitas gotas se elevam no ar como formando um nevoeiro de água. E quando aparecem os raios de sol e se cruzam com estas gotas... junta-se 2 ovos, 500 gramas de farinha, leva-se ao forno durante 15 minutos e... temos vários arco íris. Uma receita fácil!! Na América do Sul, adoram nomes marcantes e fortes, por isso não admira que a maior queda de água em Iguazu se chame Garganta del Diablo!

Em Salta entrámos no sopé dos Andes e vimos as primeiras cordilheiras. A grandes altitudes, a aridez toma conta da paisagem e enquanto subíamos parecia que estávamos a ir da Covilhã para a Serra da Estrela. Antes de chegarmos às montanhas fizemos uma estrada em linha recta de 800 kms (???). Por favor não me falem mais da recta "gigante" de 20 kms que liga Catanhede a Mira!

Em Purmamarca, 200 kms a norte de Salta, a vista era semelhante a um Grand Canyon misturado com um deserto mexicano. Montanhas e desfiladeiros com várias cores e formas. Rios secos e cactos estrondosos, alguns com 4 metros de altura e várias ramificações. Diz-se que um cacto cresce apenas 2 cms por ano por isso algumas destas plantas deviam ter centenas de anos.

Em Cafayate a aridez continuou e o espectáculo das montanhas coloridas prosseguiu durante 50 kms. Tudo isto enquanto guiávamos no meio de um vale que parecia encantado. Nesta região também se faz muita vinha, mas aqui não dou o braço a torcer... O nosso Douro vinhateiro é 1000 vezes mais bonito! A descer das montanhas para Cordoba, apareceu de novo a vegetação verdejante e os rios com a água que descia das cordilheiras. Parecia que estávamos numa Áustria misturada com o countryside inglês. Animais a pastar, campos de cereais, tudo rodeado por colinas e montanhas.

Agora estamos em Córdoba e não há muito a assinalar. É uma cidade com 2 milhões de pessoas, a segunda maior da Argentina e semelhante a Buenos Aires. A única diferença é o calor. Estão 35 graus neste momento. Ontem fomos sair aqui, e eu levava uma t shirt do clube futebol Boca Juniors. Foi sem querer que levei esta tshirt mas ao início não me deixaram entrar num bar porque o porteiro não gostava desse clube. Depois acabamos por conhecer imensa gente devido à t shirt, inclusive um dos líderes da claque do Belgrano, o clube local de Cordoba. O futebol é mesmo um grande veículo cultural e de comunicação.

Assim continua a viagem, mas já estamos desejosos de ir para Sul, rumo à Patagónia. A paisagem vai alterar-se de novo e as temperaturas também. Estamos a contar com zero graus.

Temos conhecido imensas pessoas e sentimo-nos seguros em todo o lado. Andamos com um Budget apertadíssimo e não gastamos mais de 15 euros ao todo, por dia, em alimentação e dormida. Se ultrapassar estes valores simplesmente saímos dos sítios. É hilariante quando nos sentamos num restaurante, o Jiggie olha para os preços do menu e diz "bem pessoal vamos embora?" E arranca porta fora!

Nos hostels partilhamos quartos com outros viajantes, alguns mais limpos que outros. Já tivemos algumas situações onde a higiene ultrapassou os mínimos olímpicos. Eu por exemplo recuso-me a partilhar o meu sabonete com outras pessoas, os meus companheiros não concordam e usam. Alguns locais não apetece tocar em nada e quando pouso a escova de dentes num lavatório tem que estar sempre virada com os filamentos para cima para não tocar nos germes da porcelana. Não me lixem pah!! Nunca temos qualquer conforto e por vezes alimentamo-nos mal e andamos cansadíssimos, com isso não me importo, faz parte do espírito do viajante e até gosto para ser sincero. Mas manter a higiene em viagem é fundamental!! Enfim, parece que na Bolívia e no Peru esta situação ainda vai piorar, vou tentar manter actualizações sobre este tema!

Próximo post no blog dos bosques: Patagónia!

Até já and..

Think about it!

Um comentário:

  1. Fiz uma viagem de carro pela Argentina, e você expressou exatamente o que pensei a respeito do país, é gigante mesmo em sua diversidade, vamos dos Andes, para a "savana/cerrado, pampas, montanhas, quebradas, é um país lindo, pequeno em tamanho, mas enorme no que oferece!!

    ResponderExcluir